segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Junta de Freguesia - o impasse vai continuar

"O presidente da junta de freguesia do Tortosendo garante que não vai renunciar ao mandato para que foi eleito. A assembleia de freguesia esteve reunida pela quarta vez, mas os membros daquele órgão voltaram a chumbar a proposta do presidente da autarquia para a eleição dos vogais da junta por seis votos a favor e sete contra.

No final da reunião o autarca sublinha que, não existindo condições para a eleição dos vogais, a junta de freguesia vai ficar a funcionar em gestão corrente. Um cenário que de acordo com Ondina Gonçalves, eleita da CDU, não é dramático “falou-se aqui na questão das escolas mas a câmara pode ser ela a fazer os contratos de programas ocupacionais e garantir a continuidade da componente de apoio à família; durante 16 anos nada foi feito no Tortosendo e por isso não se venha dizer que é esta situação que está a bloquear a freguesia porque o presidente da junta mostrou bem que não quer nada connosco ao propor apenas nomes de elementos que integraram a sua lista”.  
Já o primeiro eleito do PS considera que o presidente da junta de freguesia se está vitimizar em todo este processo. Rogério Evaristo sublinha que esta assembleia de freguesia não passou dum golpe de teatro “isto foi feito para dar o resultado que deu uma vez que se o presidente da junta quisesse outro resultado teria apresentado uma proposta diferente com membros das outras listas”.  
David Silva rejeita as críticas de vitimização neste processo e garante que não vai renunciar ao mandato “isso seria trair a confiança que os tortosendenses depositaram em mim e na minha equipa no passado dia 29 de Setembro e por isso apresentar a renúncia ao cargo é um cenário que nunca me passou pela cabeça; irei agora reflectir em conjunto com os elementos da minha equipa antes de definir os próximos passos a dar”. O presidente da junta de freguesia do Tortosendo acrescenta que “vamos estar apenas em gestão corrente e não podemos aceitar delegação de competências da câmara municipal a partir do próximo mês de Janeiro uma vez que as forças políticas da oposição continuem a obstaculizar o normal funcionamento da junta de freguesia; naturalmente que irei dar conta do resultado desta votação ao presidente da câmara municipal da Covilhã e coloca-lo ao corrente do que se está a viver na nossa vila”.
Para já ainda não foi marcada nenhuma data para a realização duma nova reunião. Questionada sobre a manutenção deste impasse no final da assembleia a eleita do PSD, Edna Gregório, não quis fazer quaisquer declarações sobre o assunto."
in http://www.rcb-radiocovadabeira.pt/pag/20491

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Junta de Freguesia - o impasse (ainda) continua


"ESTÃO A TRAMAR O TORTOSENDO"

David Silva acusa a oposição de estar a tentar ganhar na secretaria as eleições que não ganhou nas urnas. Em entrevista ao Flagrante Directo, o presidente da junta diz que a oposição se uniu, não para o tramar, mas "para tramar o Tortosendo". A junta está em gestão corrente desde as eleições e não há solução à vista.

Quarta, 13 de Novembro de 2013
por Paula Brito

Segundo o autarca a oposição "não pode estar a enganar as pessoas", uma vez que o método de Hondt aplicado ao executivo deve excluir o presidente da junta que já foi eleito pelos Tortosendenses no passado dia 29 de Setembro "aplicando o método de Hondt e querendo a representatividade dos resultados eleitorais na equipa de vogais, dá dois elementos da minha parte, um do PS e um da CDU, e não podem dizer aos tortosendenses que se tratam de 5 pessoas, não, são 4 pessoas, não podem meter o meu lugar novamente à votação, os tortosendenses foram claros no dia 29 de Setembro, elegeram-me para presidente da junta e cá estarei para os defender nos próximos quatro anos".

Três assembleias depois David Silva ainda não conseguiu constituir executivo uma vez que PS, CDU e PSD se uniram numa "força de bloqueio" ´que está a prejudicar o Tortosendo "estão a colocar entraves é à freguesia do Tortosendo, se os órgãos não forem instalados nos próximos 5 meses terá que haver eleições intercalares, esse é um cenário que eu não desejo, deixo a pergunta no ar: será que estão a fazer isso para provocar eleições? será que ainda não se aperceberam que perderam as eleições? dá-me ideia que não querem deixar trabalhar quem ganhou e tudo estão a fazer para nada se fazer no Tortosendo".

David Silva não quer eleições antecipadas mas teme que essa seja a estratégia da oposição, um cenário que o autarca não quer equacionar. Sem executivo aprovado a junta de freguesia tem estado em gestão corrente "e estar em gestão corrente é não poder lançar obras, e preocupa-me esse facto, porque no inicio do próximo ano temos que lançar a obra de reabilitação do mercado do Tortosendo, um investimento candidatado no valor de 185.625 euros e não podemos deitar este financiamento comunitário pela janela fora".

David Silva não está disposto a abdicar da maioria no executivo, considerando que qualquer outro cenário será subverter os resultados eleitorais. Uma premissa que vai manter já que não pretende fechar a porta a negociações "não bati com a porta, estamos em negociações mas agora também há coisas que me chocam como o candidato do PS que na última reunião, sabendo dos meus contactos com os responsáveis do PS, me disse que nem que eu fosse falar com o António José Seguro o assunto seria resolvido, como me disse um responsável da CDU que a postura da CDU não é a de ser força de bloqueio".

Para além do presidente da câmara da Covilhã, David Silva pediu também reuniões aos restantes vereadores sem pelouros no executivo, tendo até à data desta entrevista, no passado sábado no Flagrante Directo, reunido com os dois vereadores independentes e com o vereador do PSD, Joaquim Matias.

in RCB

domingo, 27 de outubro de 2013

Junta de Freguesia - o impasse continua

"Depois de duas reuniões da assembleia de freguesia do Tortosendo, os novos órgãos autárquicos ainda não foram empossados naquela freguesia do concelho da Covilhã. O presidente eleito da junta de freguesia apresentou ontem quatro propostas para a eleição dos vogais do órgão mas todas elas foram chumbadas por PS, CDU e PSD. 

No final da reunião, David Silva não quis prestar declarações mas referiu que em breve vai iniciar uma ronda de conversações com todos os cabeças de lista nas últimas eleições autárquicas afim de encontrar uma solução, mas sem se mostrar disponível para governar sem maioria na junta de freguesia.
Ondina Gonçalves, da CDU, entende que “a maior quota de responsabilidade pelo impasse é de exclusiva responsabilidade do presidente da junta uma vez que lhe foi transmitido que deveria dialogar com todos os partidos e respeitar a vontade dos tortosendenses uma vez que ele não tem maioria absoluta”. 
Também Rogério Evaristo mostra a disponibilidade do PS para chegar a um entendimento, mas considera que a eleição dos vogais deve corresponder ao resultado verificado nas eleições “aquilo que já foi transmitido é que ninguém quer o lugar de presidente uma vez que quem foi eleito para esse cargo foi David Silva; de qualquer forma a solução que propomos é dois membros da lista dele, dois do PS e um da CDU”.
Já a eleita do PSD, Edna Gregório, lamenta que o presidente da junta de freguesia tenha proposto o seu nome assim como o de outros eleitos para integrarem a junta de freguesia sem qualquer consulta prévia “fomos surpreendidos quando o nosso nome apareceu na votação uma vez que nada nos foi perguntado; pela nossa parte estamos disponíveis para encontrar uma solução que corresponda à vontade que foi expressa nas urnas”.
Para já ainda não está definida a data da nova cerimónia de tomada de posse."

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Tortosendo: o debate - (artigo da RCB)

São cinco os candidatos à presidência da junta de freguesia do Tortosendo. No debate promovido pela RCB, esta semana, estabeleceram prioridades para aquela vila do concelho da Covilhã.

David Silva, líder da candidatura independente Acreditar Tortosendo, estabeleceu uma dúzia de áreas prioritárias para os próximos quatro anos "economia e emprego, acessibilidades, saneamento e iluminação pública, apoio aos idosos, aos jovens, educação, segurança, ordem pública e prevenção de incêndios, turismo e zonas verdes, transportes públicos, trânsito e estacionamento, novas tecnologias da informação e comunicação e relações e cooperação internacional, é com base nestes 12 pontos que vou trabalhar com a grande equipa que me acompanha, nos próximos quatro anos, para continuar a trabalhar pelo Tortosendo e fazer mais e melhor",

Edna Gregório, candidata do PSD, enumerou algumas das prioridades que são simultaneamente preocupações transmitidas pelos tortosendenses durante a campanha eleitoral "a falta de segurança no bairro social, criar espaços verdes e zonas de lazer, o Casal da Serra e o Espertim, foi-me dito pelos tortesendenses que moram lá, que estão totalmente esquecidos e também relativamente aos transportes públicos a junta colocou um autocarro para o Casal da Serra mas esqueceu-se de colocar no bairro social".

Segundo Gilberto Santos, candidato do Bloco de Esquerda, há gente a passar fome no Tortosendo, por isso há uma iniciativa prioritária "criação urgente de um banco alimentar para recolha de alimentos para distribuir às pessoas mais carenciadas, depois construção de um parque infantil no bairro do cabeço, os arruamentos e passeios que agora já estão a ser arranjados e a reparação dos caminhos rurais que são uma vergonha".

Ondina Gonçalves, candidata da CDU, teve dificuldade em estabelecer as prioridades do programa devido ao elevado número de problemas a que é necessário dar resposta "há tantas prioridades, os transportes públicos, o caos da Av. Montes Hermínios, o Casal da Serra que está completamente esquecido, o jardim público que está todo degradado". 

Para Rogério Evaristo, candidato do Partido Socialista, a grande prioridade vai para as contas da junta de freguesia "começa pelas contas da própria junta que temos que analisar, divulgar e tornar transparentes, vamos ouvir as pessoas, melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, aumentar o número de paragens de autocarros nos bairros onde há muita gente, vamos tentar recuperar juntamente com a câmara o bairro das Machedes que parece-me que toda a gente já se esqueceu dele". 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Tortosendo Antigo

Tortosendo - Ponte Pedrinha (fonte)

(fonte)


Pinhos Mansos - subestação dos Serviços Municipalizados da Covilhã

sexta-feira, 15 de março de 2013

Os Playboys do Tortosendo (1ª parte)


1ª parte do artigo publicado no Jornal Publico de 10/Março/2013 - Os Playboys do Tortosendo - uma crónica fiel que retrata o ambiente da Vila do Tortosendo antes e depois da revolução de Abril.

O Mercury V8 azul, de 1950, a deslizar pela Avenida Viriato. As fábricas a laborar em pleno, sem dar tréguas aos teares, bobinadeiras, râmolas, urdideiras e cardas, mesmo quando os operários de fato-macaco abrem as marmitas com batatas cozidas, sentados à porta, na rua, faça sol ou caia neve. O ronco altaneiro, fanfarrão, dos 4200 centímetros cúbicos dos oito cilindros do majestoso Mercury de Francisco Batista, a ecoar entre a sua casa e o edifício da Moura e Batista, e entre este e o Clube Avenida, onde se joga às cartas e se organizam bailes chiques, e onde os operários não entram. Famílias a passar fome nos casebres do Casal da Serra, enquanto as senhoras vão à missa de limusina, conduzidas por um motorista fardado. Crianças de 11 anos a trabalhar nas fábricas, a troco de nada, enquanto os jovens fi lhos dos industriais coleccionavam carros e participavam em corridas, sem nunca terem tido um emprego. 

E sem nunca terem brincado com os filhos dos operários, que viviam na casa ao lado. Que resta hoje desse Tortosendo de prosperidade de uns e miséria de outros, de exploração, de ostentação, de humilhação, de assédio sexual das operárias dos turnos da noite, de revolta, de greves e prisões? As fábricas estão em ruínas, os palacetes estão fechados, e o resto? Onde foi parar todo o esplendor, toda a vaidade? A superioridade, o preconceito e a prerrogativa? Onde estão os carros de corrida? As avionetas que levavam os patrões ao Casino Estoril? Que será feito do imponente Mercury V8 de Francisco Batista? 
Ao entrar pela estrada que vem da Covilhã, o Tortosendo é uma cidade-fantasma. Ou uma “cidade sinistrada”, como prefere dizer o escritor Manuel da Silva Ramos, a respeito da Covilhã. O Tortosendo é igual, ou pior. Aqui não nasceu uma universidade, para aproveitar alguns dos edifícios monumentais da arqueologia industrial, atrair jovens estudantes, a quem as famílias dos antigos operários agora alugam quartos. Aqui não há nada. Nos arredores nasceu um parque industrial, com armazéns e fábricas de arquitectura horrenda, mas o centro da vila continua dominado pelos magníficos edifícios do seu período áureo. Nos anos 1950 e 60 havia mais de 20 fábricas na pequena povoação do Tortosendo, que davam trabalho a cerca de 5 mil pessoas. As elites dos lanifícios viviam à grande. No meio da serra da Estrela, num mundo de pastores, agricultores e operários mal pagos, um mundo de analfabetismo e isolamento, a elite industrial dançava pela noite dentro no Clube Avenida, ia às compras a Paris ou a Salamanca, às boîtes do Parque Mayer, tomar café a Espinho de Alfa Romeu desportivo ou comprar sardinhas frescas para o almoço à Figueira da Foz, de avioneta. 

Em 1940, a Covilhã possuía 60 por cento de toda a produção de lanifícios do país. Em 1949, exportava 6 mil toneladas de têxteis, grande parte para Angola. Em 1968 exportava três vezes mais — 15 mil toneladas só para Angola. A decadência começou nessa altura; o 25 de Abril de 1974 deu o golpe fatal nesse mundo de exploração e privilégio, e os anos 80 viram fechar, uma a uma, todas as grandes fábricas. Alguns dos edifícios foram convertidos em armazéns ou noutras indústrias (principalmente de confecções, que depois também foram abrindo falência). Mas a maior parte mantém-se no lugar, como que à espera que os operários voltem, que os teares se liguem de novo e a lã encha outra vez os armazéns. São edifícios degradados, quase sempre em ruínas, mas com estranhos sinais de vida emanando do interior. No meio da destruição, há máquinas, tecidos, botões, instrumentos espalhados pelo chão, como se o abandono não tivesse sido lento e duradouro, mas repentino e provisório. A Sociedade de Lanifícios, a Sociedade de Fabricantes, a João Pontífice, a Cláudio de Sousa Rebordão, a José Laço Pinto Júnior, e tantas outras fábricas que ainda enobrecem a Avenida Viriato, a principal artéria do Tortosendo, pararam no tempo, cristalizando o momento em que a actividade se deteve, em que alguém fugiu, ou se escondeu, para não enfrentar o devir histórico que os sepultaria a todos. Nas ruas do Tortosendo, a vida continua. As pessoas passam pelas carcaças das fábricas como que fingindo não as ver. Talvez não as vejam já. A inutilidade manifesta e monumental dos monstros de pedra transformou os em acidentes naturais, como se fossem colinas ou árvores centenárias. Ou templos primitivos, habitados ainda pelos deuses do ressentimento. Manuel Batista, 58 anos, vive no palacete da família. Hoje tem um negócio de importação de acessórios para as fábricas de confecção, com pouco que ver com as indústrias fundadas pelo avô, Francisco Pontífice Batista. 

Chegou a trabalhar nas fábricas geridas pelo pai, Gabriel, e os tios, mas afastou-se quando elas entraram em decadência. Depois, todo o império económico dos Batista se afundou. Francisco foi pobre. Emigrou para o Brasil e trouxe de lá algum dinheiro, que investiu na indústria têxtil. Diz-se que usava calções rotos, quando chegou, antes de enriquecer. “O meu avô era um homem de poucas palavras, recto e justo”, recorda Manuel. “Trouxe algum dinheiro do Brasil e investiu numa fábrica. Nunca pediu um empréstimo. Construiu as fábricas e depois deu sociedade a outros.” Francisco tinha quintas, várias fábricas, casas e propriedades. Diz-se que ajudava os pobres, que iam à quinta pedir comida. Ofereceu o terreno para a construção do seminário do Tortosendo, mandou construir um bairro inteiro, para os seus operários. Chamou-se Bairro dos Pinhos Mansos, mas era mais conhecido (e ainda é) como Bairro dos Batistas. Ficava ao lado das fábricas e incluía um parque para as crianças brincarem. Hoje chama-se Bairro José Carlos Ary dos Santos. Mas foi Francisco quem fundou o Clube Avenida. Comprou a casa e convidou os amigos para sócios. Carlos Barata, 72 anos, habitante do Bairro dos Batistas, lembra-se do clube. Havia lá grandes festas, carros de luxo estacionados à porta. Mas nunca entrou. Ia ao outro, o Clube Unidos, onde se dançava ao som de uma banda chamada “O Jazz”. Mas nunca ao Avenida. Não era sócio nem o deixavam ser. “Era só para os ricos. Nós não podíamos entrar.” Carlos e a mulher, Maria do Céu Gabriela Silveiro, de 70 anos, vivem no Bairro dos Batistas há 50 anos. Trabalharam na fábrica de Francisco, ele desde os 10 anos, ela desde os 11. Ganhavam muito pouco, mas pelo menos naquela altura havia trabalho, dizem agora a Manuel, o neto de Francisco. “Foi pena a indústria ter acabado, ó sr. Manuel”, diz Maria do Céu. E Carlos: “A vida dantes era mais alegre do que é agora.” Manuel começou a trabalhar cedo, na empresa do pai e dos tios, embora sem ganhar nada. Um dos tios chegou a pagar-lhe um salário, quando ele tinha 18 anos, mas o pai veio a seguir e tirou-lhe o dinheiro. “Deves trabalhar para aprender, não para ganhar dinheiro”, dizia-lhe. 

Manuel andou a carregar tecidos, a distribuir calças com uma carrinha. Isso já na fase em que as empresas se dedicavam à confecção. Nos tempos gloriosos dos lanifícios, era ainda criança e o que recorda é uma época de abundância e redenção. Brincava com os primos, nas várias casas e quintas da família. Tinha brinquedos caros, exclusivos. Como por exemplo um automóvel telecomandado, que ainda hoje guarda num armário, ao lado das colecções de carrinhos Matchbox. Manuel lembra-se do primo Tó Rui e das brincadeiras com carrinhos. Era esse o tema que dominava toda a sua infância e adolescência, bem como as dos primos e amigos. No caso do Tó Rui, o hobby prolongou-se pela juventude, e depois dela. Substituiu as miniaturas por carros de verdade, tornou-se corredor de rallies. Foi viver para Londres, dedicou-se às corridas de Fórmula 3 e Fórmula Ford. Chegou a ser campeão, com o nome de António Rui Bacelar de Moura. Conduziu um Fiat 600, um Abarth 1000, um Austin Cooper, um Alfa Romeu GTA e um Opel Commodore. Além de piloto, Tó Rui era músico numa banda de rock and roll que interpretava canções dos Beatles, Rolling Stones e Bob Dylan. “O Tó Rui era um verdadeiro playboy”, diz Manuel Batista. “Casou muito tarde e fazia uma vida… como disse um amigo dele, fazia suspirar as meninas da época e as suas mães.” Tó Rui morreu há dois anos, mas a paixão dos carros desportivos sobreviveu no Tortosendo. Manuel tem a parede do escritório forrada de fotografias de modelos dos anos 1960 e 70. E na garagem de uma das casas da família, na Avenida Viriato, junto à sede do Clube dos Ricos, hoje fechado, tem vários exemplares, perfeitamente tratados e conservados. Um Citroën Palas, um Taunus, um BMW 1600, um Renault 12, um Cortina GT e um Fiat 125 Special azul, o seu preferido.